Kate Weiss - Design e Poesia

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Acorda menina, vem cá...
 
Kate Weiss
 
Acordei com o som da TV numa manhã dessas, e a voz da apresentadora Ana Maria Braga dizendo esta frase. Olhei a apresentadora bonita e de expressivos olhos claros, e lembrei-me imediatamente da minha infância. Isto é, lembrei-me de uma amiga de infância a Clara Malinowsky - pensei que hoje ela tem esta aparência -
 
Clarinha, como era conhecida era uma linda e meiga menina descendente de poloneses, que são muitos na minha terra, lá na Doce e Santa Catarina.
Andávamos sempre juntas, uma vez que frequentávamos a mesma escola e a mesma sala de aula no Colégio São José das Irmãs da Divina Providência.
 
Clara e eu éramos muito amigas e também muito tímidas, vínhamos de cidades pequeninhas do interior, e talvez por isso sempre estávamos protegendo uma a outra, a escola era muito grande e muitas vezes nos sentíamos perdidas. Clarinha, apesar de tímida era muito popular, todas as crianças gostavam muito dela porém algumas a invejavam muito também.
 
Lembro-me bem, que sempre que havia alguma festinha na casa, ela convidava todas as crianças, mesmo aquelas que a faziam sofrer, havia um grupinho de "meninas" vindas de cidade grande que gostavam de provocar, debochar e nos machucar seja puxando nossas tranças, seja rindo da nossa ingenuidade ou ainda porque não tínhamos roupas tão bonitas quanto as delas.
 
Mas quando tinha festa na casa da Clarinha ela não resistia e apesar de saber que "as meninas ' iriam "aprontar"  ela as convidava também. Percebi muitas vezes que "as meninas" eram as primeiras da lista dela, e na ingenuidade da minha pouca idade eu não compreendia o porquê.
Também era a época do nosso 'primeiro amor', então tornou-se muito mais evidente que a Clarinha fazia más escolhas  na vida. Muitos meninos encantavam-se com ela, com sua carinha linda e aqueles olhos claros, e também com a habilidade dela em escrever historinhas lidas na sala de aula, e com a arte de apresentar no teatrinho.
 
Mas,  a Clarinha apaixonou-se  por um menino que não lhe dava nenhum valor, e ao contrário até, zombava da sua carinha corada e da sua pureza. Ele em geral a convidava para brincar e depois a deixava sozinha quando via 'as meninas' debochando do seu choro sentido. Muitas vezes, contávamos nossas tristezas, segredinhos e dividíamos nossos lanches que quase sempre eram pão de milho com geléia feita por nossas avós.
 
Quanto mais eu me afastava daquelas crianças problemáticas, mas Clarinha tentava mudá-las, continuava a convidar ' as meninas ' e também dedicava um amor total ao garoto safado.
 
Ao retornar à minha cidade no ano passado, encontrei-me com ela ligeiramente no 'shopping' e soube que ela continua agindo da mesma forma, casou-se , divorciou-se, arrumou outro namorado e não consegue afastar-se  das pessoas que a fazem sofrer.
 
Agora já uma linda senhora simpática, graduada e 'bem-de-vida' Clarinha continua procurando um grande amor, mas não consegue afastar-se daquele que a faz sofrer.
Pensei em dizer tantas coisas, enaltecer as qualidades da minha amiga, mostrar a ela que: para um novo e bom amor nascer o coração precisa estar vazio de velhos ranços e de pessoas que se grudam na gente feito algumas plantas apenas para nos sugar as energias. Mas, limitei-me a dizer:
ACORDA CLARINHAAAAAAA !!! vem cá...vamos tomar um gostoso café ?


Em meu site tem fundo musical, confira:
www.kateweiss.art.br


Kate Weiss
Enviado por Kate Weiss em 12/03/2010
Alterado em 08/04/2010
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